A Universidade (Im)possível
Uma das premissas do livro é a distinção entre universidade e empresa. Marcovitch parte do princípio de que cada uma tem sua própria natureza e que, portanto, pesquisas não podem ser avaliadas como produtos. A ótica "empresarial" em relação às universidades muitas vezes incide em equívocos, alerta o autor. O método interno de avaliação das pesquisas, baseado na quantidade e na repercussão dos estudos produzidos, muitas vezes dificulta a atuação dos docentes na graduação. Mas tampouco bastaria passar mais tempo com os alunos: é preciso fazê-lo com qualidade. No livro, é apontada a importância da "tutoria" para levar o aluno a inserir o ciclo de formação universitária em seu projeto de vida. A partir da reafirmação da universidade como instituição de traços singulares, nasce a reflexão sobre as formas de financiamento que devem necessariamente assegurar uma ação eficaz de ciclo longo. A função da universidade, ressalta o autor, vai muito além da simples formação de profissionais para o mercado. O autor não separa o campus e o mercado de trabalho, mas insiste na necessidade de criar uma postura autônoma, orientada pelo espírito crítico. Em sua opinião, esta é uma das funções arquetípicas da universidade: formar pessoas não somente capazes de atuar na sociedade, mas principalmente destinadas a analisá-la e a buscar novos caminhos. O livro apresenta as atividades de extensão como via de mão dupla, destacando benefícios que a universidade também pode obter a partir do contato constante com a comunidade. Outra premissa é que não há universidade perfeita. Com essa posição, o autor rejeita a aplicação cega de modelos tidos como universalmente válidos, sejam eles nacionais ou do exterior. E propõe a construção, segundo objetivos e meios próprios, da melhor universidade possível. A Universidade (Im)possível Contato com o autor: |