Livro enfoca gestão de negócios nos setores de alimentos e bebidas Marcos F.
Neves
Uma análise dos produtos hortifrútis é apresentada no terceiro capítulo, no qual os autores apresentam um diagnóstico das preferências do consumidor, que impulsionou alterações no resto da cadeia. "O consumidor é consciente que vegetais e frutas têm importância crescente na alimentação; tem preferências que diferem de região para região; quer fornecimento o ano todo e com variedade; está disposto a pagar mais por produtos ecológicos, quer produtos pré-embalados; prefere porções menores, sabor e variedade; quer redução dos danos causados aos produtos durante a distribuição; demanda vegetais já preparados e limpos para uso em microondas e também está interessado no local de origem do produto", avaliam os autores. Alterações na política agrícola americana, pressões sobre a política agrícola, comum na Europa, e os desafios e oportunidades para o agribusiness brasileiro são os tópicos tratados no capítulo três. O capítulo discute ainda as tendências acerca das restrições institucionais sobre o comércio mundial de produtos agroalimentares, com enfoque nas políticas protecionistas dos países desenvolvidos. Nos capítulos quatro e cinco, exemplos internacionais são utilizados para explorar situações estratégicos consideradas vitais para o embasamento de políticas públicas e privadas que estimulem exportações. A produção de eletrônicos em Taiwan e os distritos industriais do norte da Itália são alguns desses exemplos. Enquanto o capítulo seis trata do tema relacionado ao fornecedor mundial, o sétimo procura documentar evidências recentes relacionadas à concentração dos sistemas agroalimentares nos Estados Unidos e Europa. Segundo os autores, apesar do processo de concentração ser flagrante, não se pode dizer necessariamente que é resultante da busca de práticas anticompetitivas. "O desafio das políticas públicas é enorme no sentido de avaliar se existem ou não motivos associados à busca de eficiência no caso de novas fusões e aquisições", afirmam os pesquisadores do PENSA. "Ao lado de produtores rurais", prosseguem eles, "cooperativas profissionalizadas e enxutas, associações setoriais atuantes e a organização de grupos de barganha são fundamentais para uma contrapartida no jogo de poder de mercado no âmbito dos sistemas agroindustriais (SAGs)." A questão dos produtos geneticamente modificados é tratada no oitavo capítulo, a partir de considerações dos autores com relação ao comportamento dos consumidores sobre o uso de transgênicos, as estratégias de empresas inovadoras que estão realizando pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia, os impactos nas instituições ou regras do jogo do comércio internacional e as oportunidades e ameaças para os SAGs. Ao final do capítulo são apontados mecanismos sustentáveis para lidar com tais problemas e fazer uso dessas oportunidades no agribusiness. "Coordenação é a estratégia que melhor permite sintonizar as tecnologias adotadas pelos SAGs aos desejos do consumidores. Não se pode bloquear o avanço da tecnologia e dos seus potenciais benefícios. Deixem os consumidores optarem", consideram os autores da obra. Nos demais capítulos da publicação, os autores discutem o que está acontecendo com os canais de distribuição de produtos e serviços; os processos de bundling (que implica na junção de produtos e serviços oferecidos aos produtores em uma única transação), bem como as vantagens competitivas relacionadas ao conhecimento e as oportunidades para o setor agrícola, em particular para grupos de produtores organizados por meio de cooperativas. Traz ainda uma análise sobre o setor de serviços de alimentação e as oportunidades existentes; referências sobre a importância de práticas de gestão de riscos no agribusiness sob a ótica do arranjos contratuais focados nos SAGs. E, finalmente, um texto argumenta como o marketing poderia ajudar o sistema de agribusiness brasileiro a conquistar mais espaço no cenário internacional. A coletânea foi escrita entre 1998 e 1999, período em que os autores estiveram no exterior realizando estudos acadêmicos. Nessa mesma época, o material serviu para compor a coluna mensal de uma revista vinculada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Esalq/USP, de Piracicaba/SP. Editado pela Pioneira, o livro é indicado para profissionais de empresas públicas e privadas e aos órgãos de pesquisa interessados nos mercados de alimentos e bebidas. Alimentos novos
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