DEPRN / DUSM - Equipe Técnica de Mogi das Cruzes

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Estágios da vegetação

Depois do corte raso da vegetação ou de queimada muito intensa, as primeiras plantas que se estabelecem são as de pequeno porte, chamadas pioneiras, que favorecem o aparecimento de outras espécies vegetais maiores, que por sua vez, sombreiam e eliminam as anteriores. Essas espécies são chamadas de secundárias e caracterizam-se por serem mais exigentes em termos de nutrientes e condições microclimáticas.

Um solo mais rico ou mais pobre em nutrientes exercerá um papel fundamental no processo de sucessão da vegetação. Se no entorno houver "ilhas" de vegetação, o processo poderá ser acelerado devido à presença de sementes que podem ser transportadas por agentes dispersores.

As florestas primárias

As florestas primárias são também chamadas de "clímax". Apresentam "vegetação primária" que é considerada como a vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais. Há vários tipos de estágios clímax, entre os quais, o clímax edáfico, onde a comunidade se encontra sobre um solo em equilíbrio com as condições climáticas.

As florestas secundárias

As florestas secundárias são as resultantes de um processo natural de regeneração da vegetação. Nas áreas onde as florestas secundárias se instalam, geralmente houve algum tipo de corte raso, queimada ou uso para agricultura ou pastagem.

Também podem ser consideradas secundárias as florestas muito descaracterizadas por exploração madereira irracional ou por causas naturais, mesmo que nunca tenha havido corte raso e que ainda ocorram árvores remanescentes da vegetação primária.

As florestas secundárias são classificadas de acordo com o estágio de regeneração. As principais características de cada estágio estão definidas por leis. Na Resolução Conjunta SMA-IBAMA 01/94 e na Resolução SMA 21/01 podem ser encontradas listas de espécies vegetais específicas de cada estágio descrito abaixo.

  • Estágio inicial de regeneração: surge logo após o abandono do solo. Este estágio geralmente dura entre seis e dez anos, dependendo do grau de degradação do solo e do entorno. A altura média da vegetação não ultrapassa quatro metros. (figura 01).
  • Estágio médio de regeneração: este estágio pode ocorrer entre seis e quinze anos depois do abandono do solo. As árvores podem atingir o comprimento de doze metros. A diversidade aumenta, mas ainda há predominância de espécies de árvores pioneiras. (figura 02).
  • Estágio avançado de regeneração: inicia-se geralmente depois de quinze anos e pode levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio semelhante à floresta primária. A diversidade aumenta gradualmente à medida que o tempo passa e esse processo é acelerado caso existam remanescentes primários para fornecer sementes. A altura média das ávores é superior a doze metros (figura 03).

Outras informações sobre manejo e recuperação de florestas

estágio inicial
Figura 01 - estágio inicial de regeneração

estágio médio
Figura 02 - estágio médio de regeneração

estágio avançado
Figura 03 - estágio avançado de regeneração

Fotos: Schaffer WB & Prochnow M (org). A Mata atlântica e você. Brasília. Apremavi.2002